domingo, 26 de dezembro de 2010

Itália





O tempo estava nublado, era quase noite e uma fina neve caia. Eu não parava de admirar a pura neve, ,meu nariz estava esmagado contra o vidro o fazendo embaçar ainda mais. Era minha primeira noite na casa dos meus tios na Itália, depois do acidente que matou meus pais. E cada vez que eu olhava contra o vidro e via a neve cair, era o mesmo que imaginar todos os dias que passei com meus pais. Já era noite, e meu rosto já estava frio, acabei por perder a hora imaginando se tudo estaria diferente se eles não tivessem morrido.
Eu estava tão longe quando ouvi minha gatinha miando, cheguei a estranhar, mas logo cai em mim e olhei para ela. Seus enormes olhos azuis me olhavam com tristeza e sono, os quais retribui, embora meus olhos fossem negros. Acabei sendo vencida pela angustia e resolvi me deitar, puxei as grossas cobertas e me deitei de baixo para me esquentar e logo Akasha se aninhou em meu pescoço. E não demorou muito para eu pegar no sono.
Quando acordei pela manhã ainda estava nublado com finos raios de sol para iluminar um pouco o céu da linda Roma. Me levantei e arrumei a cama mas logo Akasha bagunçou ela de novo. Vesti um vestido lilás que ganhei de aniversário de minha mãe e coloquei um grosso casaco de pele por cima e desci para tomar café com meus tios.
Quando minha tia me viu, pude ver um rastro de lagrimas em seu rosto, por que eu pareço minha mãe, e tenho o mesmo nome, Elizabeth. Não consegui dizer nada, apenas sorri e me sentei a mesa. Tomei meu café em silencio enquanto era observada de perto pelos meus tios.

- É...posso ir ao Parthenon?
- Claro...- responderam quase automaticamente.

Pedi licença e me retirei da mesa, subi rapidamente ao meu quarto para pegar minha bolsa, colocar botas e pegar meu gorro. E antes que eu pudesse me esquecer, peguei um guarda chuva e a chave de casa.
Desci correndo e sai de casa, quando cheguei a rua, o ar frio congelou meu rosto. Caminhei lentamente, pois o museu não ficava muito longe de casa, fui apenas apreciando a vista.
Quando cheguei ao museu, admirei sua beleza estonteante, não estava tão movimentado por causa da neve, mas continuava lindo. Pendurei meu casaco e o guarda-chuva no braço e entrei. Toda sua arquitetura era perfeita por ter sobrevivido a todos esses anos.
Fui até a parte do museu onde se encontrava a estátua da Deusa Atena.


- Così magnifico - assusto quando olho para traz e vejo um lindo moço de cabelos negros e olhos verdes, atrás de mim sorrindo. Percebendo que não disse nada, resolveu se apresentar. - Nizza, il mio nome è Pietro e tu?
- Elizabeth...
- Non se parla molto de vero? - dizia o moço italiano.
- Não entendo muito bem o que você fala...
- Ah, perdão. Assim está melhor?
- Está. - sorrio gentilmente.
- Você conhece bem a mitologia da Deusa não é mesmo?
- Sim conheço. Ela foi uma das Deusas mais importantes na mitologia.
- Concordo com você; Então Eliza, quer tomar um café?
- Claro! - sorrio e saimos conversando para fora do museu para ir a uma cafeteria.

Rimos durante o caminho para tomar café, e nesse meio tempo ele pediu meu celular. E eu só passei por que ele pareceu ser legal e ter gostado de mim.
Nos sentamos em uma mesa e continuamos conversando. As horas se passaram e eu não me divertia desse jeito desde a morte dos meus pais.
Por mim, eu ficaria naquela mesa dias e dias conversando com ele, mas se não fosse minha tia ligar me mandando voltar para casa, eu nem voltaria. Por fim Pietro decidiu me acompanhar até em casa.
Quando chegamos, em vez de apenas me dar um beijo no rosto, ele me beijou nos labios, e foi o beijo mais doce do qual eu já havia provado. E por fim, ele foi embora, e marcamos de nos encontrar no mesmo café, as 15:00.
Subi para meu quarto, toda alegre, e contei para a minha tia o que havia acontecido. Ela apenas rio e achou o maximo.
Quando me deitei para dormir, tive o melhor sonho de toda a minha vida.
No dia seguinte, acordei um pouco mais tarde e apenas me arrumei e desci para almoçar. Já era quase 14 horas da tarde quando resolvi sair de casa pra ir ao café. Mas quando chego , vejo ao longe Pietro sentado na nossa mesa, segurando as mãos de uma menina muito bonita, e ela se aproxima e o beija. E quando ele se afasta e olha na minha direção, mas antes que pudesse vir atras de mim, saio correndo.
Não conseguia acreditar no quão burra eu fui para acreditar nele e no beijo dele. Chegando em casa, subo correndo e me tranco no quarto. Homens, ruim com eles, pior sem eles.
Me sento na cama e o celular começa a tocar, e não atendo. Logo depois chega uma mensagem.
" Não é o que você está pensando."
Nunca é o que pensamos. Agora, sempre que damos o nosso coração para alguem, é quase certeza de que nos devolva em pedaços.

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